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SAÚDE \\ muito tempo sentados”, explica Sizenando, que tem larga experiência em medidas de precaução para quadros de embolia pulmonar, graças aos seus 15 anos de trabalho em cirurgias da obesidade. Ele destaca que levantar, mesmo que seja apenas para ir ao banheiro, e retornar ao assento é bom para tirar o indivíduo do quadro de imobilidade. “Uma medida mais eficiente seria a realização de algum tipo de exercício, como levantar e sentar algumas vezes”, acrescenta. É preciso ainda evitar o consumo de bebidas alcoólicas, para não se desidratar, e de medicamentos para dormir. Já as pessoas obrigadas a medicação contínua - como cardiopatas, diabéticos e hipertensos - não devem interrompê-la durante o período de voo. “Eventualmente, se durante uma viagem o passageiro sentir dor de cabeça ou dores nas costas, por exemplo, ele pode tomar um analgésico, desde que da fórmula não conste relaxante muscular, pois este pode induzir ao sono”, alerta Sizenando. Apesar de as medidas poderem ser adotadas por cada passageiro, o médico não exclui de responsabilidade as companhias aéreas, que deveriam instruir adequadamente sua tripulação e os passageiros quanto às principais recomendações médicas. “As companhias colaboram para que os problemas de saúde dentro da aeronave apareçam. Oferecem cobertores, travesseiros, apagam as luzes, gelam os aviões e servem bebidas alcoólicas quando deveriam informar sobre os perigos de permanecer a viagem toda sentado e a necessidade de se hidratar sem álcool, por exemplo. Em minhas viagens de avião, nunca vi uma única orientação desse tipo, nem em voos nacionais, nem em internacionais”, aponta. Projeto de Lei tramita desde 2005 Sem dúvida, um avião não é o melhor local para tratar um doente. Quase não há espaços entre as poltronas e nem sempre há médicos a bordo. Mas o passageiro não escolhe o momento para passar mal e, em algumas situações, o atendimento imediato dentro da aeronave pode fazer a diferença entre a vida e a morte. A questão que se coloca então é: as aeronaves estão prontas para tais situações? Para o deputado federal Milton Monti (PR-SP) a resposta é não. Em 2005, ele apresentou à Câmara Federal o Projeto de Lei 6.454, que obriga as aeronaves que trafegam pelo território nacional a contarem com equipamentos mínimos de primeiros socorros. O PL estabelece ainda que entre a tripulação da aeronave seja obrigatório que pelo menos um de seus membros tenha formação necessária em atendimento de emergência e, em especial, no manuseio dos itens de segurança. “Já está comprovado que casos de urgência em aviões não são esporádicos. O projeto em questão visa a atender justamente passageiros que passem por situações de extrema urgência dentro dos aviões”, diz Monti. 40 // Revista da CAASP / Abril 2013


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