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Revista da CAASP - Edição 01

Na opinião do ex-secretário de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, a Lei 12.683/2012, que trata de lavagem de dinheiro, está sendo usada para fazer com que o advogado exponha o que lhe foi revelado em privado pelo cliente. Cogita-se até que o advogado seja obrigado a apontar a origem dos recursos que lhe são pagos como remuneração pelo trabalho. “E isso porque a imensa maioria dos advogados recebe módicos honorários”, reclama. Belisário também apresenta sérias ressalvas ao tratamento que a advocacia recebe dos meios de comunicação, em particular na internet. “O advogado fala pelo cliente e acaba ardilosamente confundido com ele. O pior da mídia são certas correntes que tomam conta da internet em determinado casos. O senso comum que toma a rede é preocupante”, alerta. Zulaiê: “Advogar não era fácil na ditadura e não é fácil hoje” Setembro 2012 / Revista da CAASP // 27 Zulaiê Cobra Ribeiro defendeu apenas um preso político: seu marido, o economista José Maria Arbex, detido pelas forças da repressão em 1968. Ela recorda das instransponíveis barreiras ao trabalho do advogado comuns àquela época, quando juízes-auditores eram todos militares e as provas eram forjadas como peças da acusação. Tais lembranças acabam por reforçar sua indignação com a realidade atual. “Ser advogado não era fácil na ditadura e não é fácil hoje. Nós somos necessários à distribuição da justiça, sem advogado não há justiça e um país que não tem justiça não tem nada”, ressalta. Segundo Zulaiê, os advogados “sofrem violência por parte do Poder Judiciário, do Ministério Público e das autoridades em geral”. Na opinião dela, “quem viola as prerrogativas profissionais do advogado é criminoso”. Para Zulaiê Cobra, “quem viola as prerrogativas dos advogados é criminoso” “Compomos o tripé da Justiça ao lado do Poder Judiciário e do Ministério Público, mas esse tripé está um pouco manco, porque o juiz tem seus valores, o promotor também, e nós ficamos um pouco atrás, somos pouco reconhecidos. Há uma má vontade da Justiça para com a advocacia”, avalia a advogada


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