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Revista da CAASP - Edição 01

Setembro 2012 / Revista da CAASP // 21 Na área penal, por exemplo, há uma série de problemas gravíssimos porque não se sabe se determinado cidadão é reincidente ou não. Às vezes o cidadão está morrendo no presídio quando deveria estar em liberdade. Isso é falta de gestão. Você entra numa vara de execução penal e fica perplexo ao ver o número de processos – e justo numa vara de execução! Falta realmente organização, administração. Então, é problema de gestão. Não é falta de competência dos julgadores, porque a grande maioria é extremamente capacitada, séria, honesta. O senhor é a favor da atuação de escritórios estrangeiros no Brasil? Quando eu era presidente da OAB-SP (1998-2000) e o dr. Reginaldo de Castro presidia o Conselho Federal da Ordem, escritórios estrangeiros começaram a invadir o País. Para não dizer que éramos xenófobos, assinamos uma resolução pela qual os escritórios estrangeiros poderiam prestar consultoria desde que cadastrados na Ordem, e nunca praticar atos de natureza forense. Essa resolução está em vigor até hoje. Eu acho que o ingresso de escritórios estrangeiros para advogar no Brasil será uma tragédia para a advocacia brasileira. Não é verdade que somente os grandes escritórios serão atingidos. Eles vão atuar em todos os campos, e vão montar o esquema de firma, como é lá fora, promovendo a mercantilização da profissão. Há países onde até se lançam ações de escritórios de advocacia na bolsa. Eles vêm com esse propósito. Eles vêm para assumir tudo, e nós, que já estamos com grandes dificuldades pelo número exagerado de advogados que somos, vamos ficar na dependência de sermos contratados por uma firma dessas.


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