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Revista da CAASP - Edição 01

Não, destruindo o ensino jurídico, fazendo com que um grande número de semianalfabetos se tornasse advogado, enfraquecendo a profissão, enfraquecendo a Ordem. Houve uma reação, mas o número de faculdades cresceu de forma fantástica. O Brasil hoje talvez seja o maior produtor de profissionais do Direito do mundo. Como não se podia matar todos os advogados, resolveu-se calá-los “ “ O Exame de Ordem compensa um pouco a má qualidade das faculdades, não? O Exame de Ordem surgiu para tentar salvar a situação, separando o joio do trigo. Mas é claro que, por mais que se faça um Exame de Ordem, não é uma simples prova que vai apurar efetivamente a capacidade do advogado. Nem sempre se consegue fazer essa verificação. E ainda tem gente que quer acabar com o Exame de Ordem, para desmoralizar ainda mais a advocacia. Como deve se comportar o estudante de Direito que aspira a uma boa formação, mas tem a consciência de que sua faculdade deixa a desejar? Ele tem de ser autodidata, porque também os professores dessas escolas não têm condições de ser professores. Podem ser bons advogados, bons juízes, bons promotores, mas não têm condições de ensinar. Não sabem ensinar. O nosso instrumento de trabalho é a nossa inteligência, precisamos saber dialética, filosofia, sociologia. Nessas escolas não se aprende isso. O estudante entra e sai analfabeto. Às vezes, consegue passar no Exame de Ordem e aí os problemas passam a ser questões de ética, de inépcia profissional e uma série de coisas. Qual é o único jeito? O advogado tem de estudar todos os dias por conta própria e buscar se aprimorar. Se ele não tem condições de cursar uma boa faculdade, tem de procurar pós-graduação ou especialização em cursos que vão lhe dar ensino de Direito de qualidade, a exemplo do que faz a ESA (Escola Superior de Advocacia, da OAB-SP). A violação das prerrogativas profissionais dos advogados está prestes a ser criminalizada, seja por meio do novo Código Penal, seja com a aprovação do projeto de lei nesse sentido que se encontra no Senado. A criminalização vai fazer cessarem as violações? Setembro 2012 / Revista da CAASP // 17


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