“Eu não faço filosofia, mas sou um ótimo aperitivo para que os interessados procurem um especialista”. A frase é de Clóvis de Barros Filho, professor universitário e um dos palestrantes de maior sucesso no Brasil. Para boa parte da massa que o acompanha, é considerado, sim, um filósofo. Para seus ouvintes, quando ele pensa e fala, filosofa. Classificá-lo não é o mais importante, mas sim ouvi-lo. Bacharel em Direito pela USP e em Jornalismo pela Cásper Líbero, Barros Filho é mestre em Ciência Política pela Universidade de Paris e doutor em Comunicação pela USP. Na entrevista a seguir, concedida ao editor da Revista da CAASP, Paulo Henrique Arantes, ele exibe um pouco da verve que o tornou celebridade (no bom sentido). Os exemplos que Barros Filho usa para ilustrar suas teses são impagáveis. Os temas que aborda, de nítida identificação com os dilemas cotidianos da maioria das pessoas, são atualíssimos. Eis o que diz sobre o indesejável sujeito que urina na piscina: “O fato de haver pessoas ali nadando, e portanto pessoas que passam a nadar na urina dele, tem valor menor para ele do que a preservação do conforto de não ter que sair da piscina para urinar fora dela. Esse é o modus operandi de um canalha clássico: um sujeito que aceita perfeitamente que a falta de higiene dele tenha que ser suportada pelos demais em nome do seu próprio conforto.” E isso é só um aperitivo. REVISTA DA CAASP 9 A CANALHICE É UMA TENTAÇÃO ENTREVISTA | CLÓVIS DE BARROS FILHO
Revista da CAASP - Edição n° 28
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