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Revista da CAASP - Edição n° 28

as palavras erradas sob o risco de perder-se toda a história. Ele deplora a preocupação didática na literatura. Considera que o papel do escritor é contar histórias, não ensinar. Nem ocupar-se do certo e do errado. Para ele o papel da arte é ocupar-se do belo. O escritor deve tocar a sensibilidade dos leitores; nada mais importa. Os mais conhecidos de seus contos são os que compõem o volume “Contos de Imaginação e Mistério”, por vezes publicado sob outro título, “Histórias Extraordinárias”. Nele se encontram contos policias e de terror, entre os quais “Os crimes da Rua Morgue”, “O Mistério de Marie Roger”, “O Barril de Amontilado”, “O Escaravelho de Ouro”, história que Poe narra tendo a decifração criptográfica no centro da trama; e outros mais. Pessoalmente gosto muito de “Uma descida no Maelströn”, história em que Poe torna gigante um dos famosos redemoinhos da costa norueguesa, fazendo-o tragar um barco, do qual o tripulante, para safar-se da corrente que tudo engolfa, lança-se do navio às águas para agarrar-se a um simples barril, após observar empiricamente um fenômeno da física, segundo o qual os objetos maiores afundam mais rápido rumo ao vórtice de um redemoinho. Muitas das histórias de Poe lançam mão de conhecimentos científicos, sendo a ciência um tema a que se dedicava. Muitas de suas “teorias científicas” foram posteriormente consideradas equivocadas, outras não, mas isto não importa. Como escritor, influenciou autores da ficção científica. Edgar Allan Poe publicou um único romance, “A Narrativa de Arthur Gordon Pym REVISTA DA CAASP 51 WEB LITERATURA Machado de Assis, tradutor de Poe.


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