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Revista da CAASP - Edição 27---

mostrou-se insuficiente para resolver os problemas cardíacos e a estratégia médica foi a implantação de um marcapasso. Foram 47 dias internados e meses de recuperação pós-operatória em casa. Essa sucessão de afastamentos fez com que os clientes fossem desaparecendo. “Ninguém quer um advogado velho e doente para lhe representar. O cliente foge de advogado assim”, lastima. Ele diz que o marcapasso complicou sua acessibilidade a locais que possuem detector de metais, como tribunais e bancos. Aos poucos, a aposentadoria do INSS foi ficando insuficiente para custear os tratamentos médicos e a sobrevivência dele e da família. “O que o cidadão comum recebe não é aposentadoria, é uma gorjeta”, reclama. Ival é pai de três filhos: dois do primeiro casamento - estes já casados e com famílias constituídas - e o mais novo, Ítalo, fruto da segunda união, com Lúcia Helena, que mora com os pais. Ítalo é um jovem especial, portador de disritmia e problemas neurológicos. Aos 21 anos, sua idade psicológica corresponde à de um adolescente de 15 anos. Com dificuldade de realizar atividades corriqueiras, Ítalo dependente dos pais para quase tudo. A mãe, Lúcia, por sua vez, sofre também com suas próprias deficiências. Fortes dores na coluna a tiraram do mercado de trabalho, pois a impossibilitam de realizar atividades que exijam força. As tarefas domésticas são feitas devagar e aos poucos. Quando as finanças do chefe da família desabaram por completo, ele buscou amparo na CAASP (Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo). Ival procurou o setor de Benefícios da entidade, recebeu a visita de uma assistente social e em 2014 obteve a concessão de auxílio mensal em dinheiro, cartão-alimentação REVISTA DA CAASP 39 e medicamentos. Os recursos da Caixa de Assistência cobrem boa parte dos custos da família no dia a dia, além de auxiliar a custear as despesas geradas por consultas médicas, todas realizadas nas cidades vizinhas a Alvilândia, onde hoje mora o advogado. O munícipio carece de instalações de saúde especializadas. Hoje o quadro clínico atual de Ival é estável, mas requer atenção. Ele faz uso de medicação diariamente e comparece a consultas periódicas com o cardiologista. “Eu posso ter uma vida, apesar das limitações”, salienta. Mas com o avanço da idade – Ival está com 74 anos – e a fragilidade de sua saúde, da esposa e a atenção que necessita doar ao filho constantemente, o advogado não visualiza uma fonte para que possa obter recursos financeiros além da CAASP. Não à toa, tornou-se assíduo usuário dos serviços da Caixa de Assistência. Sem plano de saúde, quando o SUS (Sistema Único de Saúde) lhe falta, ele recorre à rede médica referenciada da entidade. Na Sede Regional de Marília, ele faz sua compra mensal de medicamentos. “No SUS, você procura por um remédio e não encontra. Marca uma consulta e a coisa ou some no tempo e no espaço ou não é marcada por falta de vaga. A CAASP, com seus serviços, supre parte da demanda que não é atendida pelo setor público”, observa. E completa: “É por isso que eu digo que a CAASP é como um anjo para os advogados”.| PERFIL


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