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Revista da CAASP - Edição 27---

média, metade das famílias concorda. Esse número bateu o recorde alguns anos atrás, e os médicos procuraram saber a razão. Descobriram que havia uma novela na Rede Globo que mostrava o drama de uma pessoa que precisava de um órgão. “Os meios de comunicação têm uma importância vital nesse processo”, diz o vice-presidente da ABTO. E os médicos? “Os médicos também. A transparência é tudo. Não pode haver dúvida”, diz Paulo Pêgo. Por essa razão é que, depois de algumas denúncias de que a fila não estava sendo devidamente respeitada, muitos anos atrás, com tráfico de influência determinando quem receberia ou não o órgão doado, os médicos lutaram para a imposição de regras muito rigorosas. “Isso interessa para todo mundo, inclusive para os médicos. Se houvesse suspeita de irregularidade, seja de que tipo for, o número de doações despencaria”, observa. Na Espanha, recordista em transplantes, esse risco não existe. Lá, depois que uma pessoa morre, o cadáver pertence ao Estado, e a utilização de órgãos em outra pessoa é uma decisão que cabe ao médico. No Brasil, se analisados os dados num período mais longo – 10 anos --, houve aumento de doações, embora as necessidades sejam ainda maiores que os órgãos doados. Só o transplante de córnea é que atingiu seu nível ideal. “A fila foi praticamente zerada”, comemora o vice-presidente da ABTO. Paulo Pêgo, da ABTO: “os meios de comunicação tem uma importância vital nesse processo”. Já a fila, em relação aos demais órgãos, é maior que a oferta. Os especialistas não gostam de tocar no assunto, para não desanimar quem aguarda doação. Mas, REVISTA DA CAASP 25 SAÚDE Guilherme Perez em média, se sabe que três em cada dez pacientes na fila de transplante não têm tempo para realizar o maior sonho de sua vida. Sobre a queda no número de WEB WEB Apenas o transplante de cornea atingiu o nível numérico ideal no Brasil.


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