EDITORIAL 4 // Revista da CAASP / Abril 2016 \\ Corrupção, maniqueísmo e outras pautas A bem-vinda onda de combate à corrupção no Brasil derrama-se para além da sua praia. Chega-se ao ponto em que o sujeito considera corrupto todo aquele que pensa diferente dele. Dentro dos diversos grupos que se manifestam nas ruas, ninguém admite equivocar-se vez ou outra. Eu estou sempre certo, você está sempre errado. Tal clima de rixa futebolística domina a política. Se você me apontar um corrupto aqui, eu lhe aponto dois aí, e vice-versa. Neste momento é preciso que o Judiciário funcione como voz serena, que não se deixe contaminar pelo espírito de contenda, pelo vento maniqueísta que toma conta do país. Infelizmente, não foi essa maturidade que demonstrou o Supremo Tribunal Federal ao decidir que os réus condenados em segundo grau devem iniciar o cumprimento da pena, antes de esgotados os recursos. Antes do trânsito em julgado, portanto. A reportagem de capa desta edição aborda o retrocesso provocado pela decisão do STF, que contraria frontalmente a Constituição Federal e vai em direção oposta a todas as convenções no campo dos direitos humanos. Complementar ao tema, artigo da criminalista Dora Cavalcanti – “A delação premiada e o réu inocente” – preenche a seção “Opinião”. De outra parte, a Revista da CAASP tem a honra de trazer às suas páginas o advogado e dramaturgo Idibal Pivetta, que ocupa a seção “Entrevista”. A história de Pivetta é conhecida de todos que vasculharam, em algum momento, os subterrâneos da ditadura que afrontou o Brasil por 20 anos, mas nem todas as histórias que ele tem a contar tornaram-se públicas. Algumas delas estão nesta edição, repletas da sinceridade de alguém que jamais se acovardou. Os editores da Revista da CAASP esperamos que o leitor tire boas sugestões da seção “Dicas”, a qual descreve os avanços pessoais e profissionais proporcionados pelo coaching. Sempre importante, “Saúde” traz matéria sobre os mais modernos tratamentos alternativos contra o câncer, alguns dos quais, infelizmente, ainda incipientes, mas que podem gerar um aumento significativo da cura da doença muito em breve. Enfim, ler é sempre um bom caminho, e nada melhor do que ler Umberto Eco. Antes, recomendamos a seção “Cultura” desta edição, em que a obra do genial escritor italiano é esmiuçada.
Revista da CAASP - Edição 22---
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