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Revista da CAASP - Edição 21

PERFIL \\ O apoio da CAASP quando a saúde ameaça nos derrubar Formado em Direito pela Universidade Braz Cubas em 1984, José Carlos Bernadino iniciou sua carreira de advogado numa sala modesta na Rua Conselheiro Crispiniano, próximo à Praça da República, em São Paulo. O ambiente era equipado com o básico – uma mesa, duas cadeiras e uma máquina de escrever, tudo cedido de bom grado por um tio, também advogado. Profissional dedicado, José Carlos viu a carreira deslanchar. Até que, em 2010, a saúde interferiria drasticamente na sua vida. Um cansaço incontrolável e um emagrecimento repentino tomaram conta de um homem até então extremamente ativo. Aos poucos o quadro clínico mostrou-se sério, interferindo inclusive em atividades essenciais. “Eu não tinha força para erguer uma colher de arroz e levá-la a boca. Respirar virou um trabalho árduo. Por quatro meses necessitei de aparelhos para me ajudarem nessa função”, recorda. Ele chegou há ficar um ano e meio em repouso absoluto. Enquanto o problema avançava de modo acelerado, o diagnóstico continuava indeterminado. Foram meses de indefinição e idas a diversos especialistas. Até que o problema foi identificado. Tratava-se de polimiosite, uma doença autoimune, inflamatória, que causa intensa fraqueza e perda de massa muscular. Com o diagnóstico, veio à esperança de um tratamento eficaz, capaz de lhe devolver a vivacidade perdida. “O meu maior medo era que a doença causasse alguma complicação neurológica, que prejudicasse meu intelecto. Quando o médico disse que não havia essa possibilidade, encontrei nisso a esperança de um dia me recuperar e voltar advogar”, conta José Carlos. O tratamento da polimiosite é realizado com altas doses de corticoides e, apesar de efetivo no controle da doença, não traz a cura. Os medicamentos acarretam ainda uma dose de efeitos colaterais, como a perda gradativa da visão, a qual o advogado só mantém até hoje - ainda que menos potente que antes - graças ao acompanhamento médico periódico que realiza pelo SUS. Afastado do trabalho, passou a contar apenas com suas economias e o trabalho da mulher, Elisabete, também advogada, para pagar as despesas. Para cuidar do marido, entretanto, ela foi obrigada a renunciar ao imóvel que abrigava o escritório que mantinha no centro da Capital. Desde então, um cômodo de seu apartamento na Vila Silvia, na Zona Leste, serve como local de trabalho. O ingresso na Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo como assistido da entidade veio em 2013, por indicação de Elisabete. Vinte anos antes, ela recorrera ao setor de benefícios da CAASP, quando precisara deixar de trabalhar para tratar um câncer de mama. “O benefício da CAASP é para aquele que realmente precisa. E eu tinha a esperança de me recuperar logo, o que não aconteceu. Mas procuramos ir com nossas economias até onde deu”, faz questão de ressaltar José Carlos. “A CAASP é o braço direito do advogado. Vou enaltecer eternamente a ajuda que me deu até aqui”, enfatiza. Hoje, há seis anos convivendo com a doença, José Carlos Bernardino locomove-se com dificuldade, mas a doença mantém-se estacionada. “Em vista da condição em que já estive, me considero muito bem”, afirma. 28 // Revista da CAASP / Fevereiro 2016


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