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Revista da CAASP - Edição 20

PERFIL \\ O apoio da CAASP na hora mais difícil No fim de 2014, a advogada Érika Camargo Vergners Swensson, de 37 anos, solicitou à CAASP, em caráter de urgência, a concessão de auxílio pecuniário em razão de despesas inesperadas, as quais não teria como suportar, decorrentes do tratamento de um câncer de endométrio (tecido que reveste a parede interna do útero), enfermidade rara em mulheres com menos de 40 anos. “A ajuda da Caixa de Assistência foi extremamente importante para mim, pois permitiu que eu olhasse para um futuro um pouco mais fácil de ser constituído”, recorda Érika. Ela foi assistida pela CAASP durante sete meses. Érika descobrira o tumor em 2013, enquanto se preparava para visitar Brasil depois de passar uma temporada na Alemanha, onde cursa doutorado graças a uma bolsa de estudos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão do Ministério da Educação. O tratamento mais recomendado para câncer de endométrio é cirúrgico. “A médica alemã indicou a cirurgia. Mas eu voltaria ao Brasil dali a três semanas, o que tornava a realização da cirurgia na Alemanha impossível”, conta Érika. Em 2014, já no Brasil, uma surpresa: o diagnóstico não se confirmou. No entanto, ela continuou a apresentar os sintomas clássicos do câncer de endométrio - sangramento vaginal e dor na região pélvica. Permaneceu sob acompanhamento ginecológico e tratamento por anticoncepcionais. Oito meses depois, decidiu procurar outro médico. O especialista confirmou o diagnóstico obtido na Alemanha. Em caráter de urgência, Érika deveria realizar uma histerectomia total (cirurgia de remoção do útero e do colo do útero) e, posteriormente, uma correção de fístula vesico-vaginal (reparo cirúrgico da comunicação entre a bexiga e a vagina que, em decorrência da histerectomia, seria afetada). Como ela ainda não possuía filhos e após as cirurgias não poderia contar com seus óvulos, ela precisava realizar a coleta e o congelamento de óvulos antes da operação. O plano de saúde dela, no entanto, só autorizaria a realização dos procedimentos no prazo de 90 dias. Para realizar os procedimentos e se curar, advogada teve de apelar para o atendimento particular, e arcou com cerca de R$ 80 mil. Érika já entrou com o pedido de reembolso dos procedimentos ao convênio. Até o momento o plano de saúde reembolsou apenas os valores gastos com a cirurgia de correção de fístula. “A minha única saída era pagar o tratamento com dinheiro do meu bolso. Na época, tanto eu quanto meu marido ainda não estávamos reinseridos no mercado de trabalho. Comecei a pagar o tratamento com algumas economias que havíamos feitos na Alemanha e recorri a empréstimos de familiares. Mas chegou uma hora em que já não tinha mais de onde tirar dinheiro”, detalha. 36 // Revista da CAASP / Dezembro 2015 Érika Swensson, advogada que soube como enfrentar a doença Cristovão Bernardo


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