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Revista da CAASP -Edição 16 - Final - 1

Paulo Whitaker/Reuters Lixo flutua sobre a represa Billings // “Você já está bebendo água de esgoto, só não sabia” Abril 2015 / Revista da CAASP // 33 Em novembro do ano passado, o governador Geraldo Alckmin anunciou algumas medidas para minimizar os prejuízos nos reservatórios do Estado. A mais polêmica delas tem a ver com a construção das Epars (Estações de Produção de Água de Reúso), que captariam água de esgoto para transformá-la em água para consumo e abasteceriam diretamente as bacias dos sistemas Guarapiranga e Alto Cotia. O debate em torno da água de reúso ficou ainda mais atribulado quando, no início deste ano, o governador anunciou que iria usar a água da represa Billings para evitar o racionamento. Pela nova proposta a água da Billings iria abastecer parte das Zonas Leste e Norte de São Paulo, que normalmente são atendidas pelo Sistema Cantareira, que está em situação crítica (*leia nota no fim desta reportagem). Só que essa pode ser uma solução perigosa. A maior parte da Billings é poluída. Apenas uma porção menor da represa está livre de poluentes - o braço chamado Taquacetuba, que já repassa água para outros sistemas. Ambos os anúncios trouxeram preocupação e fizeram a população inteira se perguntar: vamos beber água de esgoto? “A resposta para essa pergunta é: você já está bebendo água de esgoto. Só não sabia”. A afirmação é de Pedro Caetano Sanches Mancuso, autoridade no assunto. Mancuso é um dos autores do livro “Reúso de Água”, tem mais de 20 anos de experiência na área de engenharia sanitária e ambiental, com ênfase em técnicas de tratamento e abastecimento da água, Ricardo Bastos Mancuso: “Doenças da água de reúso podem surgir anos depois do consumo”


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