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Revista da CAASP -Edição 16 - Final - 1

SAÚDE \\ uma criança morre de doenças relacionadas à falta de água potável, saneamento e condições de higiene no mundo. Idosos e imunodeprimidos também integram o grupo mais suscetível às doenças relacionadas com infraestrutura sanitária deficiente para coleta de água. As doenças de veiculação hídrica, como amebíase, gastroenterite, febres tifoide, paratifoide e cólera, têm como principais sintomas diarreias, vômitos, febre e desidratação. Já a giardíase é praticamente assintomática, provocando, somente em alguns casos, irritabilidade, dor abdominal e diarreia. A água também está ligada à transmissão de verminoses, como esquistossomose (xistosa), ascaridíase (lombrigas), teníase (solitária), oxiuríase e ancilostomíase (amarelão). Água contaminada também pode transmitir os tipos A e B da hepatite. “Os reservatórios improvisados podem conter resíduos orgânicos, facilitando a proliferação de agentes infecciosos. Nos casos de resíduos químicos tóxicos, como derivados de petróleo e produtos de limpeza, não adianta lavar os recipientes, pois sobram partículas invisíveis”, descreve Pinho. A qualidade sanitária da água também pode ser alterada pela falta de limpeza das caixas d’água. A Sabesp recomenda que a higienização desses reservatórios seja feita a cada seis meses, no mínimo. “No caso de coleta de água da chuva há ainda outro agravante. Como a água é geralmente coletada a partir das calhas dos telhados, ela arrasta consigo uma série de resíduos”, afirma Pinho, e alerta: “Em hipótese alguma a água sem o devido tratamento deve ser consumida, utilizada para higiene pessoal ou preparo de refeições”. Descartado também o consumo de água da chuva, restam algumas alternativas, como comprar água de caminhões-pipa ou captá-la por meio de poços artesianos. Aqui, o cuidado também é importante. Ao contratar empresas que comercializam água por meio de caminhões-pipa, é importante verificar se estas estão cadastradas na Vigilância Sanitária. Os mananciais subterrâneos também têm mostrado contaminação, por isso é necessário verificar junto à Cetesb (Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo) se há riscos de contaminação da água subterrânea do local a ser perfurado o poço artesiano. Se beber água não tratada for inevitável, alguns cuidados devem ser tomados. Ferver a água por 15 minutos contatos a partir da ebulição é um bom método de desinfecção, pois elimina a maioria dos germes patogênicos, apesar de não a esterilizar totalmente. Filtros de vela cumprem a mesma função e podem ser utilizados como mais um método de purificação. Para aumentar a segurança, após a água fervida esfriar devem ser adicionadas três gotas de água sanitária para cada litro de água e aguardados 30 minutos antes de bebê-la. Estocar água também exige uma série de cuidados. É imprescindível que os reservatórios sejam adequados para a finalidade. Os recipientes tem de ser limpos, impermeabilizados e próprios para a função. Além disso, devem ser mantidos na sombra, vedados e livres de contato com animais. 32 // Revista da CAASP / Abril 2015


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