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Revista da CAASP -Edição 15

Se nós considerarmos as três manifestações, vamos verificar que na última delas (na Zona Leste da Capital, dia 20 de janeiro) as próprias lideranças dos manifestantes do Movimento Passe Livre isolaram os black blocs e pediram para eles não estragarem a manifestação. À medida que todos estão se manifestando, como no dia 16 de janeiro, em frente à Prefeitura, e 20 ou 30 baderneiros começam a atirar pedras, paus e rojões na polícia e nos outros manifestantes, eles estragam a manifestação. O binômio para manifestações é este: absoluto respeito à liberdade de expressão e rigor na defesa da ordem pública contra baderneiros. Os “baderneiros” detidos são investigados para que se apure se atuam por interesse de algum grupo político ou do crime organizado? Logo que assumi, eu determinei que fosse feito um cruzamento dessas detenções para verificar se são sempre os mesmos. Nós pudemos já constatar que nas manifestações de 2015, em relação às anteriores, nove pessoas foram detidas naquele momento e novamente agora. Em relação a essas pessoas está sendo feita uma investigação. Agora, o que prejudica muito é o fato de que os crimes que resultam em Boletim de Ocorrência são por dano contra patrimônio privado, um crime de ação penal privada, geralmente contra bancos, concessionárias - e os bancos e as concessionárias não comparecem para dar sequência à investigação. Eu vou me reunir com a Febraban e com as concessionárias, porque é necessário que eles deem sequência a isso. Note que nas últimas manifestações os próprios baderneiros evitaram depredar patrimônio público, porque nós não necessitamos de ninguém para prosseguir na investigação. Eles já estão selecionando, pois viram que aí há uma falha do proprietário privado ao não querer continuar. É importante que se continue para, como você disse, nós podermos saber se são só baderneiros, criminosos leves, ou se estão infiltrados para ao mesmo tempo atrapalhar o governo, o Poder Público, e atrapalhar a própria manifestação. Os últimos índices da segurança no Estado de São Paulo revelam queda nos homicídios e aumento nos roubos. A que isso se deve? O que isso significa? Foram divulgados os dados até novembro do ano passado, os dados de dezembro, consolidados, devem sair na semana que vem (*). Até novembro de 2014 nós tivemos queda acentuada no número de homicídios. São Paulo é o único estado do Brasil que está no nível exigido pela ONU, ou seja, tem 10 homicídios por cada 100 mil pessoas – a média no Brasil é 23 homicídios por cada 100 mil pessoas. Tivemos queda nos latrocínios, nos estupros. Tivemos aumento nos crimes contra o patrimônio - roubos e furtos -, principalmente roubo e furto de celulares, que respondem por quase 65% do aumento. Ocorre o crime e imediatamente o autor vai trocar o celular por uma pedra de crack, ou seja, é a droga incentivando o crime. Eu já determinei aos novos diretores do Deic e do Denarc que façam um trabalho conjunto, não só para evitar o roubo mas para evitar essa troca de mercadoria. Fevereiro 2015 / Revista da CAASP // 9


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