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Revista da CAASP -Edição 15

ENTREVISTA \\ A promessa é policiamento intenso e baixa letalidade O advogado Alexandre de Moraes é o novo Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Ele assume ante um aumento de 20,5% no número de roubos em território bandeirante – registre-se que em igual período, o ano de 2014, os homicídios caíram 4,5%. Para tentar tirar a violência da liderança das preocupações dos paulistas, Moraes promete “uma alta intensidade de operações policiais, de policiamento ostensivo e de viaturas”, o que, ao passo que evitaria conflitos, reduziria as ações letais. “Não faltará dinheiro para a Segurança. Temos um orçamento de R$ 20 bilhões”, afirma. Professor e chefe do Departamento de Direito do Estado da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Moraes foi promotor de Justiça de 1991 a 2002. Na administração pública, seu currículo é eclético: foi secretário de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo de 2002 a 2005 e secretário municipal dos Transportes de São Paulo de 2007 a 2010, quando acumulou ao cargo as presidências da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e da SPTrans (Companhia de Transportes Públicos da Capital). Na entrevista que concedeu ao editor da Revista da CAASP, Paulo Henrique Arantes, Alexandre de Moraes falou sobre a conduta policial em manifestações populares, como pretende combater o crime organizado, sua posição quanto à maioridade penal e a notícia de que teria advogado para uma cooperativa acusada de lavar dinheiro para o PCC, a organização criminosa Primeiro Comando da Capital. “Estou entrando com medidas judiciais contra os sites que noticiaram isso de forma absolutamente mentirosa”. Leia a seguir. O senhor assumiu a Secretaria de Segurança Pública já se deparando com protestos de rua e conflitos entre Polícia Militar e manifestantes. Eis uma questão que persiste desde os protestos de junho de 2013: a polícia paulista está preparada para lidar com atos como esses? Ela sabe separar manifestantes pacíficos de arruaceiros e depredadores? Sabe. Nós tivemos, nos primeiros 20 dias do atual governo, três grandes manifestações do Movimento Passe Livre e da forma como determinada pela Secretaria, ou seja, na garantia total à liberdade de expressão, garantia total ao direito de manifestação, mas ao mesmo tempo observando a absoluta necessidade de se manter a ordem pública contra baderneiros, contra criminosos que se infiltram nas manifestações. Nas três manifestações a Polícia Militar atuou da forma como planejada. Dois dias antes da manifestação nós chamamos o movimento. Nessa reunião é fixado o traçado da passeata para que a Polícia Militar possa proteger inclusive os manifestantes dos baderneiros. Agora, não é possível se permitir que baderneiros vão até manifestações com rojão, joguem na polícia, atrapalhem a manifestação – este é um criminoso, um baderneiro, e aí a polícia tem que agir de forma séria. 8 // Revista da CAASP / Fevereiro 2015


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