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Revista da CAASP -Edição 15

\\ EENNTTRREEVVIISSTTAA (*Na semana seguinte à entrevista, os dados consolidados de 2014 foram divulgados: os roubos cresceram 20,5% no Estado de São Paulo, de 257.067 para 309.948, enquanto os homicídios caíram 4,5%, de 4.739 para 4.527.) A chave do crime está no tráfico de drogas, então? Fotos César Viegas A chave junta as duas coisas. No dia 7 de janeiro eu estive com o ministro da Justiça para solicitar o apoio dele a uma medida que nós vamos pleitear à Anatel. É uma medida técnica simples, que vai resolver o problema de roubo e furto de celulares. Hoje, se o celular é furtado ou roubado, a pessoa troca por uma pedra de crack porque esse celular tem valor econômico, bastando que o usuário compre um outro chip e instale. A Anatel pode desabilitar o ID de cada celular. Fazendo isso, com um Boletim de Ocorrência por furto ou roubo, o celular perde o valor econômico e nós conseguiremos extinguir essa prática criminosa. Do outro lado, faremos um grande trabalho, e vai ser esse o trabalho do Denarc, não para prender o consumidor, o “noia” que fica trocando droga, mas direcionado ao grande fornecedor, ao crime organizado, que hoje tem uma distribuição extremamente especializada não só no Estado de São Paulo, mas no país todo. Haverá grandes operações para pegarmos a causa, não só o efeito. Muito se falou sobre as diferenças entre os dois secretários anteriores, Antonio Ferreira Pinto e Fernando Grella Vieira. O primeiro teria um perfil mais afeito à polícia; o segundo, oriundo do Ministério Público, não seria um conhecedor da realidade policial. Sendo advogado, qual será o seu perfil à frente da Segurança Pública? Na verdade, o doutor Ferreira Pinto era também do Ministério Público. Lá atrás, ele tinha sido oficial da PM. Eu também passei pelo Ministério Público. Eu não saberia falar sobre eles. Conheço ambos, sou amigo de ambos há mais de 20 anos. O que eu posso dizer é sobre a minha filosofia de trabalho. Acho que nós só conseguiremos melhorar a segurança pública com alta intensidade no policiamento e baixa letalidade. Isso é um binômio que os países desenvolvidos começaram a utilizar a partir da década de 1970, ou seja, uma alta intensidade de operações policiais, de policiamento ostensivo, de viaturas, e com isso você diminui a letalidade porque evita o conflito. Do ponto de vista preventivo, de política criminal para a Polícia Militar, é isso. Por outro lado, muita investigação por parte da Polícia Civil. Em nenhum lugar do mundo há um policial em cada esquina, ou um policial por metro quadrado. Nós temos que ter alta intensidade de policiamento para garantir uma baixa letalidade e uma sensação de segurança, afugentando o bandido, mas ao mesmo tempo nós temos que ter uma alta investigação e uma maior elucidação de 10 // Revista da CAASP / Fevereiro 2015 “Em nenhum lugar do mundo há um policial em cada esquina”


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