SAÚDE \\ Segundo o especialista, 30% dos acidentes vasculares cerebrais isquêmicos ocorrem por conta de obstrução das artérias carótidas, responsáveis por levar sangue oxigenado ao cérebro. O comprometimento da carótida deve-se à presença de um ateroma (aterosclerose), placa de gordura, cálcio e outros elementos que estreita ou obstrui totalmente a passagem do sangue. “Parte das pessoas só descobre a formação de placas quando uma artéria é obstruída completamente, e elas são levadas ao hospital já sofrendo um AVC”, adverte o médico. Hipertensão arterial, tabagismo, obesidade, dislipidemia (colesterol alto), diabete e sedentarismo são fatores que contribuem para o surgimento de ateromas e, portanto, determinantes, ao lado da predisposição genética, para a ocorrência de acidentes vasculares cerebrais. A prevenção do AVC, portanto, dependente dos nossos hábitos de vida. Na Escócia, cinco pacientes com sequelas // Esperança nas células-tronco pós-AVC mostraram sinais de recuperação após a injeção de células-tronco fetais no cérebro. Eles são objetos de um teste clínico pioneiro, que pretende avaliar se tal procedimento é eficaz e seguro. Keith Muir, da Universidade de Glasgow, responsável pelo experimento, em entrevista à BBC disse estar “surpreso” com a melhora “de leve a moderada” dos pacientes. “Estamos vendo coisas que são surpreendentes. São pessoas que agora têm a capacidade de mover os dedos depois de vários anos de paralisia completa, pacientes que não caminhavam sem ajuda e agora conseguem fazê-lo”, contou Muir. Os avanços, mesmo em ritmo lento, têm sido contínuos. Esses resultados abrem caminho para uma segunda fase do ensaio clínico, que deve começar neste ano e pretende determinar se as melhoras realmente resultam do tratamento com células-tronco. Se a segunda fase confirmar a eficácia da procedimento, uma terceira fase será necessária para determinar para que tipo de paciente o tratamento deve ser indicado e a partir de que estágio terá eficácia. Mesmo que se comprove o sucesso do tratamento, o caminho para sua aplicação maciça será longo, por conta das restrições de cunha ético, moral e religioso que o uso de células-tronco ainda encontra em diversos países. 28 // Revista da CAASP / Fevereiro 2014
Revista da CAASP - Edição 09 -
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