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Revista da CAASP - Edição 09 -

médicas”, alerta o neurologista Rubens Gagliardi, membro da Academia Brasileira de Neurologia. Quanto mais rápido for o atendimento de uma pessoa com AVC, menores as chances de sequelas ou de morte. “Conforme o tempo passa, mais células cerebrais são danificadas, seja pela falta de irrigação, no caso de AVCs isquêmicos, seja pela falta de sangue novo, no caso dos hemorrágicos, quando o sangue fica coagulado”, explica Gagliardi. As sequelas mais comuns às vítimas de AVC são a perda da capacidade de identificar pessoas próximas e o comprometimento das funções motoras (paralisia de pernas e braços) e da capacidade de falar. O processo de reabilitação inclui fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, cuidados nutricionais e atenção psicológica. O sucesso nem sempre é garantido – alguns casos deixam sequelas irreversíveis, outros levam à morte imediata. Atenção para os avisos Ricardo Bastos Casella: fatores de risco podem ser silenciosos. Fevereiro 2014 / Revista da CAASP // 27 Boa parte das pessoas acometidas de um acidente vascular cerebral foi alertada sem saber disso. Muito provavelmente elas sofreram, meses antes, um ataque isquêmico transitório (AIT) e não procuraram ajuda. O AIT é um “aviso”: o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido por um período curto, de minutos ou algumas poucas horas. Os mesmos sintomas apresentados num AVC são sentidos de modo mais ameno. “Como as sensações são de curta duração, a maioria das pessoas não procura ajuda médica”, observa Rubens Gagliardi. O ataque isquêmico transitório pode se repetir várias vezes. Somados, esses AITs provocam o mesmo comprometimento arterial de um AVC. As alterações são mais sutis e vão surgindo à medida que essas pequenas ocorrências aumentem de frequência e intensidade. Por isso, procurar um médico aos primeiros sintomas é fundamental. “É de extrema urgência que essa pessoa faça uma avaliação das artérias com um especialista”, recomenda o cirurgião Ivan Casella, diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Vascular. Muitos dos fatores de risco para o AVC podem ser silenciosos. Por isso exames de rotina e check-ups anuais são extremamente recomendados. “Será pelos exames que o médico diagnosticará ou afastará a presença de doenças que podem ser controladas, de modo a diminuir as chances de ocorrência de um evento mais grave”, alerta Casella.


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