pelo vice-presidente do Brasil, uma Comissão de Alto Nível Sino- Brasileira. Antes, eu tive uma reunião em Macau com os países de língua portuguesa. Nessa reunião da Comissão de Alto Nível nós conseguimos, primeiro, desbloquear boa parte do chamado ‘bloqueio da carne bovina’ para a China. Segundo ponto: abrimos espaço para a venda de mais de 12 milhões de toneladas de milho, e abrimos espaço para o aumento do comércio de soja. Aliás, quando fui recebido pelo presidente Xi Jinping, ele me disse que quer intensificar muito as relações da China com o Brasil. Você sabe que a China é hoje o maior parceiro comercial do Brasil. Esse incremento das importações foi muito útil para o Brasil. Depois, fui aos Emirados Árabes, onde, em Abu Dabi e Dubai, estabelecemos uma relação que vai prosperar comercialmente entre o Brasil e aquele país. Mas também fiz viagem à Alemanha, onde me reuni com a chanceler Angela Merkel. Fiz viagem à Itália, onde me encontrei com o presidente George Napolitano – até resolvemos aquela questão tormentosa acerca do Césare Batisti, em que havia uma sombra na relação Brasil-Itália. Nós apagamos essa sombra. Enfim, foram viagens muito proveitosas para o Brasil. O Brasil era, aos olhos de outros países, apenas o país do futebol e do Carnaval. Não é mais? Desde quando? Isso faz parte de um processo, iniciado com a Constituição de 1988. Todos os governos de lá para cá produziram algum ato em benefício dessa nova posição. A partir de 1988, quando nós restabelecemos a democracia no país, e estabelecemos um sistema muito participativo, começaram a haver atos governamentais que conduziram a uma nova posição do país no cenário mundial. Agora, acho que a inflexão maior se deu nos últimos 10 anos, porque a partir daí nós conseguimos pagar a dívida que tínhamos com o FMI (Fundo Monetário Internacional) – você deve se recordar do Fevereiro 2014 / Revista da CAASP // 15 “Nem sempre as campanhas eleitorais mais caras são vitoriosas.”
Revista da CAASP - Edição 09 -
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