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Revista da CAASP - Edição 09 -

EENNTTRREEVVIISSTTAA \\ Que modelo de financiamento o senhor defende para as campanhas eleitorais? Eu, pessoalmente, acho que se houvesse o financiamento público não seria ruim. Mas a primeira objeção seria a seguinte: vão ser necessários 30 bilhões de reais para as campanhas eleitorais, e a primeira manchete seria “com 30 bilhões se construiriam tantas casas populares, tantos hospitais...” – o que é verdadeiro. Então, eu sou ainda pela manutenção do atual sistema, que é misto. Hoje, o governo põe dinheiro nos fundos partidários, e há paralelamente o financiamento privado. Mas o financiamento privado tem que ser transparente. O senhor acha correto o financiamento privado livre de qualquer limite para pessoas jurídicas? Talvez pudesse haver uma limitação de valor, eu não saberia dizer numericamente qual seria essa limitação. Os eleitos costumam ser os candidatos com as campanhas mais caras. É saudável para a democracia o poder econômico preponderar nas eleições? Nem sempre as campanhas mais caras são as vitoriosas, falando no caso do Legislativo. É claro que o recurso financeiro ajuda muito, não tenha dúvida, mas não significa que quem tem mais dinheiro é que se elege. Eu conheço casos de gente que gastou muito dinheiro para se eleger e não se elegeu. Eu não creio que isso altere a fisionomia eleitoral no nosso país. A reforma política é uma coisa muito complicada, porque o parlamentar muitas vezes não acompanha a orientação do partido, trata-se de uma coisa que diz respeito a cada parlamentar. Ele quer saber como ele vai ser eleito. Para se fazer uma reforma política, tem que imaginá-la aplicável a partir de 2018 ou 2022 . Sendo para frente, talvez se consiga aprovar. (Leia a reportagem de capa desta edição, sobre reforma política.) O senhor tem atuado muito nas relações internacionais em nome do governo. Quais as mais importantes viagens que o senhor realizou? Eu realmente fiz muitas viagens, só ano passado foram 12 empreitadas internacionais. Uma das últimas que eu fiz foi muito expressiva, foi uma viagem à China e aos Emirados Árabes. Na China, eu participei de uma chamada Comissão de Alto Nível, presidida pelo vice-primeiro-ministro da China e 14 // Revista da CAASP / Fevereiro 2014


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