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Revista da CAASP - Edição 09 -

A suposta inabilidade política da presidenta é desmentida precisamente pelo dia a dia dela com o Congresso Nacional e com os partidos políticos. Mas houve problemas sérios entre o governo e a base aliada no Congresso, não? Na questão dos portos, por exemplo, o próprio líder do PMDB, Eduardo Cunha, confrontou o governo fortemente. Não houve confronto. Houve uma divergência de opiniões inicialmente, o que é muito natural na relação do Executivo com o Legislativo. Nesse ponto, eu confesso que trabalhei bastante para conjugar os dois esforços, e exatamente em função de um diálogo muito produtivo – que houve por nosso intermédio, inclusive – chegou-se a uma conclusão comum, tanto que o PMDB, ao final, depois de alguns ajustamentos, colaborou muitíssimo para a aprovação da Medida Provisória que tratava dos portos e que foi convertida em lei. Vem aí uma reforma ministerial. Noticia-se que o PMDB, seu partido, exige mais um ministério além dos cinco que já ocupa. Como caminham as negociações com a presidente Dilma a respeito? Veja bem: o PMDB não está pleiteando mais um ministério. Na verdade, na reforma ministerial, o que haverá é, primeiro, o acolhimento de alguns partidos e até o redimensionamento dos partidos que já apoiam o governo, entre eles os PMDB. Então, não é improvável que o PMDB venha a ter mais um espaço no governo, mas não se trata de um pleito fundamental. O PMDB tem cinco ministérios. Nós vamos entrar agora numa campanha político-eleitoral e, se você me pergunta se há um desejo de aumentar o espaço do partido no governo, é claro que há. Mas não há uma postulação do tipo “tem que ser assim ou então não há acordo”. O que tem havido são conversações, e até conversas convocadas pela presidenta da República, que tem dialogado intensamente comigo e com outros líderes. O seu partido, o PMDB, é frequentemente identificado com a pior característica da política brasileira: o fisiologismo. Como o senhor, que é presidente licenciado do partido, responde a isso? O PMDB é um partido muito forte, é o maior partido do Brasil, portanto é natural que haja essas críticas em relação ao PMDB. Agora, veja bem: nós temos o maior número de deputados estaduais, temos vários governadores, temos o maior número de senadores, temos a Presidência da Câmara, temos a Presidência do Senado. Isso quer dizer que nós temos muito poder político no país – este é Fevereiro 2014 / Revista da CAASP // 11


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