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Revista da CAASP - Edição 05

PERFIL Cristovão Bernardo José Roberto Bastos: “Passei por boas na vida. Tive de ser forte. E continuo forte” 48 // Revista da CAASP / Junho 2013 \\ Com ajuda da Caixa, superando obstáculos Aos 74 anos, 26 de advocacia, José Roberto Bastos é um homem de opiniões fortes: “Existe a necessidade de se modificar o Código Penal Brasileiro. As leis estão velhas, defasadas, não dão guarida ao cidadão trabalhador. Hoje, já não há policiais suficientes para proteger a população. Do jeito que está, estamos na iminência de um Estado pré-anárquico, uma sociedade que se constitui sem autoridades”, diz. Bastos afirma já ter sido rotulado de fatalista por conta de suas opiniões. Ele não nega o adjetivo, mas justifica-se dizendo que apenas antevê uma realidade que rapidamente se avizinha. Para o advogado, o que falta ao Brasil são pessoas que tenham “certa dose de coragem” para mudar tudo em suas vidas. Natural de São Paulo, Bastos começou a trabalhar aos 15 anos na imobiliária do pai. Foi esse trabalho que lhe fez despertar o interesse pelo Direito. “Na imobiliária auxiliei em diversos trâmites processuais. Resolvi seguir pelo Direito para ampliar o conhecimento que já tinha”, conta. Em 1964, prestou vestibular para a Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Entre uma etapa e outra do exame, o jovem Bastos tirou um dia de lazer. Foi assistir a uma partida de futebol no estádio do Pacaembu. Nas imediações, sofreu um gravíssimo acidente de automóvel. “Fraturei a bacia, o colo do fêmur e tive início de perfuração da bexiga. Foram três meses quase que totalmente imobilizado. Meus pais tiveram que vender nossa casa para arcarem com as despesas do meu acidente”, recorda. A recuperação total durou seis meses e ele não pôde prestar as etapas finais do vestibular da PUC-SP. Em 1967, José Roberto Bastos ingressou na Faculdade de Direito de Bragança Paulista. Começou a acompanhar casos na área de Direito Imobiliário enquanto ainda estudante, auxiliando em processos tocados pelo escritório de um amigo. Os honorários recebidos eram investidos no pagamento do curso de Direito.


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