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Revista da CAASP - Edição 05

PARCERIA \\ Sedentarismo, o inimigo número 1 da qualidade de vida Aos 33 anos, o advogado Jorge Cavalcante Boucinhas Filho se sentia com mais de 50. Passava o dia cansado, resultado de noites mal dormidas. Pensava estar doente quando consultou um médico. Saiu do consultório com um diagnóstico preciso. Boucinhas Filho se tornara um Homo sedentarius, espécie humana em ascensão desde que a evolução tecnológica fez do Homo sapiens um ser que passa mais tempo sentado do que caminhando. A boa notícia é que esse mal tem cura: a prática de esportes. Ele aceitou, e passou a fazer caminhadas diárias no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Em poucos meses, Boucinhas perdeu alguns quilos, voltou a dormir bem e adquiriu muito mais disposição. “A atividade física me devolveu a qualidade de vida”, diz ele, que não tinha esses problemas da vida moderna quando morava em Paris e costumava fazer tudo a pé, desde compras até ir de sua casa à Universidade de Nantes, onde concluiu seu pós-doutorado. De volta ao Brasil, comprou carro e passou a andar pouco. Só rompeu com o estilo sedentário de vida quando a saúde o colocou no consultório médico. Rúbia Letícia Maron, recém-aprovada no Exame de Ordem, admite que percorre trilha parecida. “Eu uso o carro até para ir à padaria perto de casa”, diz ela, que na adolescência fazia musculação. “Falta tempo. Agora que estou terminando a faculdade, pretendo voltar à academia”, afirma. O fisiologista Turíbio Leite de Barros, considerado por muitos o “papa” do condicionamento físico no Brasil, disse à Revista da CAASP que a falta de tempo é a principal alegação daqueles que não conseguem abandonar o estilo de vida sedentário. “Resolva o problema de não ter tempo usando sua própria agenda. Ponha o seu nome em determinados dias e horários e assuma um compromisso com você mesmo, o de colocar em prática atividades que lhe garantirão saúde”, orienta Turíbio. A 42 // Revista da CAASP / Junho 2013 Reportagem de Joaquim de Carvalho Arquivo pessoal T. L. Barros Turíbio: “ O conforto da vida moderna é um obstáculo à vida ativa”


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