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Revista da CAASP - Edição 01

SAÚDE \\ Arquivo pessoal Esper Kallás Esper Kallás: “Devemos considerar o uso da profilaxia pré-exposição” 32 // Revista da CAASP / Setembro 2012 A cura da Aids está próxima? “Vamos hoje fixar uma nova meta para a ciência na era da biologia. Vamos nos comprometer a desenvolver uma vacina contra a Aids nos próximos 10 anos”, anunciava em 1997 o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. Já são 30 milhões de pessoas mortas em decorrência de doenças relacionadas à Aids desde o início da década de 1980. Outros 34 milhões convivem com o vírus HIV no mundo, dentre os quais apenas 8 milhões estão em tratamento, segundo dados da Agência das Nações Unidas de Luta contra a Aids (Unaids). Quinze anos se passaram desde o pronunciamento de Clinton e, até agora, nada da vacina. Também não se chegou à cura, mas houve sensíveis avanços no tratamento da doença. Reportagem de Karol Pinheiro O que vier primeiro – a cura ou a vacina - será muito bem-vindo”, afirma o infectologista Esper Kallás, professor da Faculdade de Medicina da USP. Entusiasta das novas abordagens para prevenção do HIV, ele integrou a equipe de pesquisadores da Iniciativa Profilaxis Preexposicion (Iprex), estudo realizado em 11 centros de pesquisa localizados em seis países - Peru, Equador, Brasil, Estados Unidos, África do Sul e Tailândia - e publicado no New England Journal of Medicine. A Iprex testou a eficácia do método de profilaxia pré-exposição, ou seja, a prevenção via medicamentos antirretrovirais antes de uma possível exposição ao HIV. O estudo reuniu 2.499 participantes - homens e mulheres - e constatou que uma dose oral diária de Truvada, droga obtida por meio da combinação de outros dois medicamentos antirretrovirais (tenofovir e emtricitabine), pode reduzir em até 78% a transmissão do vírus para pessoas saudáveis que mantenham relações com parceiros de alto risco. A Food and Drug Administration (FDA), agência americana que regula o uso de medicamentos, autorizou em agosto a venda do Truvada. Posteriormente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu aval à utilização de medicamentos anti-HIV por pessoas que corram alto risco de contaminação. A OMS sugeriu ainda que os países - ricos ou pobres - criem projetos-piloto para entender melhor os benefícios potenciais desse tipo de procedimento.


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