Page 30

Revista da CAASP - Edição 01

\\ Vivíamos trabalhando em cima do risco, e de um risco muito grande. Acompanhávamos as famílias visitando nossos clientes nos presídios, denunciávamos as torturas. Foi um trabalho que marcou a advocacia”, recorda, mencionando a tônica do Judiciário à época: “A defesa dos presos políticos era perante a Justiça Militar. Nós encontrávamos alguns bons exemplos, de pessoas independentes, mas a maior parte estava mancomunada com o regime – juízes, promotores e procuradores tinham todo o interesse em distorcer a verdade”. ESPECIAL Marcos da Costa: “...resgatar o papel crucial da advocacia e a luta em prol da cidadania” Mário Sérgio D. Garcia, presidente da Comissão da Verdade da OAB-SP 30 // Revista da CAASP / Setembro 2012 Segundo o presidente em exercício da Seção de São Paulo da OAB, Marcos da Costa, a comissão paulista “pretende resgatar o papel crucial da advocacia durante o período da ditadura militar (1964-1985) e, consequentemente, a luta em prol da cidadania, dos direitos humanos e do Estado Democrático de Direito”. “A expectativa é grande no sentido de que possamos colaborar com a Comissão Nacional da Verdade, levando-lhe subsídios, informações, dados que possamos colher junto aos advogados, principalmente àqueles que sofreram restrições ao exercício profissional ou que defenderam presos políticos”, detalha Mário Sérgio Duarte Garcia, presidente da Comissão da Verdade da OAB-SP. Ex-presidente da seccional paulista e do Conselho Federal da Ordem, Duarte Garcia diz que a comissão da advocacia “elaborará um registro histórico, para que se reconstitua a verdade que muitas vezes fica sepultada pelo desconhecimento ou pela inação dos próprios advogados, que exerceram uma atividade intensa, mas que ultrapassaram o período ditatorial e vivem hoje em liberdade, guardando lembranças daquela época triste do país”.


Revista da CAASP - Edição 01
To see the actual publication please follow the link above